Para Freud, o sentimento de culpa é apenas o efeito de um constrangimento social.
Sabe-se que até os cães mostram sinais evidentes de culpa quando desobedecem, antes até que se ralhe com eles.
Hoje em dia, até "freudianos" mais convictos admitem a distinção entre função e valor no âmbito da culpa.
O sentimento de culpa funcional resulta do apontamento de quebras em procedimentos estabelecidos, em combinações tácitas, em tabus socialmente tolerados e, principalmente, em riscos de possíveis perdas da afeição dos outros.
O sentimento de culpa valor, ao contrário disso, resulta de violação dos próprios valores que são, imediatamente, acusados pela consciência como uma clara ruptura de um padrão original.
A culpa valor, no fundo, não mais é do que um auto julgamento feito com liberdade.
O fator de complicação surge quando há oposição entre esses dois mecanismos geradores de culpa.
O movido por sugestão social contra o movido por convicção moral.
Prevalecendo a culpa funcional, a tendência é que sempre um fator externo seja o agente causador de tão avassalador sentimento.
Mas segundo o que diz Odier, o sinônimo da culpa verdadeira é a culpa valor, pois é ela que diz respeito ao que o indivíduo realmente é, não obstante a existência de interferências externas.
Mas segundo o que diz Odier, o sinônimo da culpa verdadeira é a culpa valor, pois é ela que diz respeito ao que o indivíduo realmente é, não obstante a existência de interferências externas.
Tendo isso como base, fica mais do que razoável dizer que ao homem cabe ter este sentimento - culpa valor - pois é só através dele que um indivíduo pode reconhecer-se pecador e admitir quão culpado é quão distante está do Deus Todo-Poderoso.
TÉRCIO PAIVA FARIAS