O
Corinthians não nasceu para ser um time de futebol.
Nasceu para dar voz ao povo.
Nasceu para fazer vingar um projeto de solidariedade.
Nasceu para dar
protagonismo a quem era excluído conforme o ideal anarco-humanista dos
operários do Bom Retiro.
O Corinthians nasceu para
mostrar que raças não definem virtudes e que o amor dos iguais pode realizar
grandes façanhas.
O Corinthians nasceu
para romper uma muralha das elites quatrocentonas e dizer que o negro é
trabalhador, que o calabrês não rouba na balança, que o japonês é sabido, que o
índio é inteligente, que o grego faz muito mais que quebrar pratos, que os
libaneses conhecem poesia, que os espanhóis são também tolerantes, que os
portugueses podem ensinar altruísmo, que mulheres e homens têm as mesmas
capacidades, que sonhos compartilhados têm muito mais valor.
Libertadores é detalhe.
Ela
presta uma satisfação aos outros, e não àqueles que aprenderam a amar o
Corinthians como a mais autêntica e democrática instituição popular
brasileira.
O Corinthians surgiu inspirado
pelo cometa Halley, para lançar luz de esclarecimento na treva do egoísmo
bandeirante.
Nasceu para revelar o gênio
político de Sócrates Brasileiro, a generosidade de Wladimir e as imensas
virtudes do cidadão anônimo deste país.
Nasceu para inspirar Luiz Inácio Lula
da Silva a cuidar de seu povo e compreender seus rituais de superação.
O Corinthians nasceu para ser o
que precisávamos ser.
O resto? Bem, o resto é apenas
futebol.
WALTER FALCETA JR.
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