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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ASCENSÃO DE DARIO AO TRONO







Após a morte do rei Ciro, constatou-se que ele não deixara descendente algum como herdeiro ao reino.

Conta Heródoto - historiador grego - que a ascensão de Dario ao trono, deu-se por meio de sortilégio entre os líderes golpistas.

Bem antes do amanhecer, os golpistas cavalgaram juntos, planície afora em direção ao nascente, todos em absoluto silêncio.

Combinaram entre eles que, se o cavalo de algum deles empinasse e relinchasse no instante em que o sol despontasse no horizonte, seria este o sinal divino a indicar o próximo monarca.

Quem empinou e relinchou foi o cavalo de Dario, o grande.
 


O resto virou história.



TÉRCIO PAIVA FARIAS 

DIRETO AO PONTO



  
Nos perdemos, às vezes, com voltinhas e arrodeios por receio de ferir ou magoar a alguém que, comprovadamente, é mal-intencionado em suas ações e aspirações.



Neemias não cometeu esse erro.


Um certo cidadão horonita chamado Sambalate, ao tomar conhecimento dos intentos e esforços de Neemias, juntou-se a seus comparsas - o amonita Tobias e o árabe Gesém - e em meio a gargalhadas, tiraram uma da cara do homem de Deus ao verem o povo todo mobilizado para a reconstrução das muralhas de Jerusalém. 
   
Entre tantas chacotas, uma, mais venenosa se destacava.

Os meliantes alardearam que a atitude de Neemias era tão grave que se materializava como rebelião ao rei.

O rei em questão era Artarxerxes, o poderoso senhor da terra de então que, inclusive, tinha Jerusalém sob sujeição.

A oposição dos três desqualificados - Sambalate, Tobias e Gesém - não se dava por idealismo e nem por lealdade a quem quer que fosse.

A grande preocupação dos maus elementos era com o aspecto material, dizia respeito ao que tinham amealhado naquelas paragens por meio de falcatruas, armações e aquisições indevidas.

Não queriam perder a boquinha de jeito nenhum, aliás, rica boquinha, toda forjada em cima da ingenuidade e passividade do povo.

Neemias, que espertamente tinha diagnosticado os crimes praticados  pelo bando, foi direto ao ponto em suas colocações.

 

"Deus nos fará bem sucedidos. 
No que lhes diz respeito: Não são da terra; Não são da região;
Não têm parte nas tradições religiosas do 
povo; Não têm direito legal sobre Jerusalém;
Nada lhes é favorável quanto ao estilo de vida que praticam"   
(Ne. 2.20)

Com discernimento, conhecimento de causa e grande autoridade moral, Neemias falou e disse.


Direto ao ponto.



TÉRCIO PAIVA FARIAS 

  

terça-feira, 11 de setembro de 2012

EREK APPAYIM



Erek Appayim é um termo hebraico que quer dizer "lento em irar-se."

Diz-se dos narigudos - compridos de nariz ou compridos de rosto - que dificilmente perdem a estribeira.

O grande nariz ou o rosto comprido abriga espaço suficiente para a expulsão da ira porque o fluxo de ar tem canal amplo e livre para evadir-se.

Portanto, ter narigão ou um grande canal de passagem para a ira, pode-se muito bem dizer que é alguém  longânimo.



O irado, resfolega, tem respiração forte, entrecortada, justamente, por causa da existência de bloqueios aos meios de escape da raiva perniciosa.

Só mesmo um portentoso nariz pode garantir a passagem da ira visceral, acumulada em excesso.

Uma vez livre da ira acumulada, a prática de longanimidade se tornará muito mais fácil de ser executada.

Longânimo é o que tem grandeza de ânimo; é o generoso; é o que suporta o sofrimento de forma altaneira; é o que consegue manter-se magnânimo em todas as situações.

Longanimidade é atributo divino, mas consta também como destaque aos seguidores de Cristo, conforme  relato de Paulo na galeria de virtudes do Fruto do Espírito.

Deus é por demais longânimo.

"E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, 
e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; 
porque Ele é misericordioso, e compassivo
e tardio em irar-se, e grande em benignidade
e se arrepende do mal." (Jl. 2.13)

Deus é Erek Appayim.

O que Ele requer de nós, seus filhos, é que com ou sem narigão, sejamos também Erek Appayim.



TÉRCIO PAIVA FARIAS

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

FALTA DE MOTILIDADE


Os homens do Novo Testamento eram indivíduos que tinham força motriz, ou seja, valiam-se abundantemente da faculdade de movimentar-se para expandir o Reino que chegara.

Um certo artigo em uma revista de bordo de uma companhia aérea norte-americana, defendia a tese de que todas as doenças do ser humano advêm da passiva atitude de ficar sentado horas a fio, ininterruptamente.

O homem foi feito para mover-se, levantar-se, dar-se ao trabalho até que o cansaço chegue.

Só então deve recolher-se ao descanso, mas apenas para que fique apto outra vez às suas atividades de trabalho.

Ao homem é permitido o ato de sentar-se em folguedo sim, mas só pelo tempo estritamente necessário, e imediatamente retomar à motilidade.

A versatilidade do corpo humano faz com que ele se movimente de mil maneiras e executando as mais complicadas e variadas funções.

Os homens, no entanto, abdicaram dessa graça chamada  motilidade, e tão claramente, que têm preferido a inércia do permanecer sentado em completa imobilidade.


Tal postura é muito perigosa, já houve constatação de que tem sido responsável por alterações da pressão arterial, danos a órgãos vitais e, até por problemas psicológicos traumáticos.

Quer o articulista esteja certo ou errado, não custa apropriar-se do texto e tecer algumas considerações.

A estática posição sentada não seria também a causa de muitos problemas espirituais?

Ora, problemas espirituais numa comunidade são, em sua maioria, provocados por "crentes de bancos de igreja".

Esses "sentados" ou "crentes de bancos de igreja", só têm uma serventia, terrível por sinal: criticar os que são ativos, e o fazem sem deixar de cantarolar "Firme nas Promessas", esperando que as tais promessas se materializem de vez, desde que não tirem o traseiro do assento no banco, por nada neste mundo.

Motilidade para eles é zoada, é bagunça, é perda de tempo.

No que lhes toca, o que importa são cânticos harmoniosos bem executados, palavras ajustadas ao calibre de cada um, e o principal, conforto dos bancos e cadeiras especiais para a plateia.

Aliás, bancos de igreja são de fundamental importância para eles, de preferência, devem ser almofadados e macios o suficiente para não machucar as nádegas rechonchudas.

Os "crentes de bancos de igreja" estão cada vez mais ávidos  por conforto, prazer, e descanso, e cumprindo tabela em rápidos e inoperantes cultos de sessenta minutos.

Lentamente definham para a morte.

Por falta de motilidade.


TÉRCIO PAIVA FARIAS   


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

PARA BEM






Em oração, Neemias relatou a Deus que havia feito bem.

Bem feito.

Queria tão somente a lembrança dele para bem.

"Lembra-te de mim para bem, ó meu Deus; 
e de tudo quanto fiz a este povo."  
(Ne. 5.19 )

"...lembra-te de mim, Deus meu, para bem."
(Ne.13.31)



É certo que despendeu muito esforço e dedicação à causa que se propôs.

Mas foi por meio de ações inteligentes e corajosas que acabou instilando o bem na seara do povo de Deus.

Neemias demonstrou que tinha "pegada" para o que se programou a executar em meio à adversidade.

No final das contas, resolveu pedir a Deus apenas reconhecimento do Bem empreendido em sua vida.

Para bem.

E o reconhecimento veio, e maior do que pensava.

O bem por ele aplicado perdura até aos nossos dias e durará eternidade afora.

Será que não é uma boa se, ao invés de pedintes contumazes por coisas materiais, imitarmos o grande Neemias e pedirmos a Deus somente a sua lembrança  para bem?

O reconhecimento virá e, com certeza, será maior do que pensamos.  


TÉRCIO PAIVA FARIAS 


terça-feira, 4 de setembro de 2012

PODER & MODO DE PODER


PODER E MODO DE PODER


Depois de conhecidas as minhas próprias forças, 
posso não poder o que realmente posso?


Posso.



Posso, porque poder e modo de poder,
 são duas coisas  distintas.



Quando, por exemplo, Davi disse que podia sair 
em combate ao filisteu Golias, 
de fato, ele podia.



Acontece que para o rei Saul, 
ele não podia.



Não podia, porque o filisteu Golias era um gigante,
 e Davi não passava de um menino.



O filisteu Golias era um soldado experiente no 
manejo das armas, e Davi, não passava de 
um mero pastor de ovelhas.



Apesar disso, Davi, audaciosamente, replicou e repisou: 


"Eu posso porque já exercitei minha força com 
ursos, leões e outros bichos mais."


Bem, se o que ele disse realmente ocorreu, 
era certo então que ele podia fazer 
o mesmo com o gigante.



Sua resposta ao rei não deixou qualquer margem 
de dúvida acerca de seu poder.



Mas o rei Saul, ainda não de todo convencido, 
ficou a imaginar como o enfrentamento podia 
chegar a bom termo, sem que houvesse 
dano ao impetuoso rapaz.



Pensou que a solução seria armar Davi até aos dentes, passou-lhe então sua indumentária pessoal de guerra, testada e aprovada em longos e sangrentos combates.



Satisfeito com seu arranjo, o rei Saul concluiu que, 
agora sim, o jovenzinho podia partir para o enfrentamento, afinal, estava paramentado 
com armas de guerra.



Ocorre que, depois desse aparato do rei, 
Davi constatou que já não podia mais partir para o enfrentamento, em razão do tamanho e do peso 
dos sofisticados armamentos reais.



Mas esperem, Davi não havia dito antes que podia, 
como agora ele brada que não podia mais?



Na verdade, Davi não disse que não podia.

Disse, isto sim, que não podia combater com aqueles trajes, o que é bem diferente de uma simples negativa.



Medir forças com o gigante como medira com ursos, 
leões e outros bichos, ele sustentava que podia.



Mas medir forças com o gigante, mal suportando o peso  de uma armadura que não lhe pertencia, 
isso, ele não podia.



De acordo com a experiência de Davi, fica claro que 
não basta simplesmente poder para poder.


Se há algum tipo de impedimento letal no modo de poder, não há como poder.


Portanto, para poder é preciso uma avaliação sensata, 
e  para o modo de poder, mais do que ela, 
é preciso acrescentar uma dobrada pitada de cautela 
para enfim, eleger a ação definitiva e determinante.


Só assim é que saberei se eu posso para mais ou para menos, ou então, se definitivamente eu não posso.

O exame do poder, nesse caso, deve ser realizado sem paixão e sem amor-próprio, a fim de que possa ser 
bem feito.

O modo de poder nada mais é do que a eleição do querer que, aliás, é quem determina o acerto da empreitada.

A eleição do querer ou o modo de poder esclarece se... eu posso o que posso ... eu posso mais do que posso... eu posso menos do que posso... ou eu não posso.


Jesus, ouvindo os cegos que o acompanhavam com clamores por cura, testou-os exatamente nessa questão - a do poder e modo de poder:

"Credes vós que eu possa fazer isto?" 
(Mt. 9.28)

Claro que Jesus podia, mas o impressionante foi o modo de poder naquela situação: Jesus se valeu da fé dos próprios cegos:

"Seja-vos feito segundo a vossa fé".

Jesus pode tudo, inclusive, pode me fortalecer para que eu possa todas as coisas, entretanto, deixou um lembrete para que sempre eu me valha do correto modo de poder:

"Sem mim, nada podeis fazer." 
(Jo. 15.15) 





TÉRCIO PAIVA FARIAS 
PEPITAS do Tércio




 
   
     

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

BEBEDICE


O grande Noé - construtor da arca - notabilizou-se por sua obediência irrestrita a Deus em todas as suas ações.

Em um dia atípico, perdeu a noção das coisas ao cair no exagero da bebida, conforme registro constante no capítulo nove do livro de Gênesis.

Consta lá que, passado o dilúvio, Noé cultivou a terra, plantou uma vinha, e tempos depois, inadvertidamente, passou da conta na bebida em um dia adverso.

O que era mais do que improvável, aconteceu.

O patriarca acabou bêbado, e sem qualquer noção da realidade, começou a fazer macaquices tão comuns entre os que se embriagam.

Despiu-se todo à frente dos seus desavergonhadamente.

Seu filho, Cão, viu-o assim e, ao invés de dar-se ao recato pela exposição grotesca do pai, botou a boca no mundo em jocoso relato a seus irmãos.

Incomodados com a situação, seus outros irmãos - Sem e Jafé - trataram de remediar a situação providenciando uma capa para cobrir a nudez paterna, dirigindo-se ao velho pai de costas para colocarem-na sobre seus ombros.

Acabado o porre, Noé constatou o grave erro que cometera, no entanto, deu-se conta  também
do terrível desrespeito praticado por seu filho menor. 

Tomado de ira, vociferou uma tremenda imprecação: 

"Maldito tu sejas, Cão, servo serás 
de teus irmãos. Bendito seja o Deus de Sem, 
a quem servirás;  Deus alargará a Jafé 
que habitará nas tendas de Sem,
e que também te terá por servo."

A bebedice ocasional do velho Noé trouxe-lhe dano, e lamentáveis consequências refletidas em sua geração.

É amigo, cuidado, Cuidado com a bebedice.


TÉRCIO PAIVA FARIAS