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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

PEGADINHA DA LEGALIDADE



PEGADINHA DA LEGALIDADE


Os fariseus, após intensos conchavos secretos, tentaram enredar o Mestre em suas próprias palavras.

Enviaram seus especialistas, reforçados por herodianos, com discurso irretocável e com tática de abordagem bem ensaiada, tudo na ponta da língua.

Na chegada, jogaram confete, serpentina, lança-perfume, um verdadeiro carnaval de palavras.


"Mestre, bem sabemos que és verdadeiro e que ensinas o caminho de Deus segundo a verdade. Tu não dás preferência a ninguém porque não consideras a aparência dos homens". (Mt. 22.16)

Após o oba-oba inicial, trataram de lançar o petardo ardilosamente arquitetado:


"É lícito pagar tributo a César ou não?"

A armadilha, cuidadosamente preparada, estava ativada.

Jesus, perceptivo como era, captou no ato a tentativa de pegá-lo em contradição, aproveitou então para escancarar os intentos escusos do bando.

"Por que me experimentais, hipócritas? Mostrem-me a moeda do tributo".

Estenderam-lhe rapidamente um denário.

Com gravidade, Jesus perguntou-lhe: 

"De quem é esta efígie e inscrição?"
  

  

A uma só voz, os fariseus responderam: 

"É de Tibério César, deus".

Com um certo ar de enfado e mofa, Jesus retrucou:

"Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". (Mt. 22.21)

Ouvindo isso, os espertinhos ficaram embasbacados, a tal ponto que trataram de puxar o carro e, de crista baixa, diga-se de passagem.

A pegadinha da legalidade não funcionou porque o real problema não era o imposto e tampouco seu pagamento.

O cerne da questão era a glória, a Glória de Deus.

Como o grupelho deve ter aprendido, a Glória de Deus nada tem a ver com dinheiro, emolumento, taxa, efígie, inscrição ou moeda.

A César, a vil moeda; a Deus, o coração.

A tão planejada pegadinha da legalidade foi mais um furo n'água dos ardilosos fariseus.


TÉRCIO PAIVA FARIAS

  

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